quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Lançametos


A temporada no deserto da Califórnia parece ter feito bem aos Arctic Monkeys. Em seu terceiro álbum, Alex Turner, Jamie Cook, Matt Helders e Nick O Malley recorreram à coprodução de Josh Homme, do Queens of the Stone Age, que os levou ao seu estúdio em Mojave. A parceria aparentemente improvável deu certo. O quarteto de Sheffield oferece em "Humbug" um punhado de canções interessantes, a exemplo de "Dangerous animals" e do single "Crying lightning". A sonoridade parruda e cheia de detalhes convida a uma audição mais cuidadosa, prova de que os meninos evoluíram depois dos aclamados “Whatever people say I am, that’s what I’m not” (2006) e “Favourite worst nightmare” (2007).



Um dia todo mundo tem que crescer, e a geração que acompanhou o fenômeno “High school musical” pode acompanhar o amadurecimento de seus ídolos de perto – seja Vanessa Hudgens falando de seu papel no cinema como stripper, seja o novo álbum de Ashley Tisdale, “Guilty pleasure”. Mesmo assinando poucas composições no disco, a ex-loira e vilã da franquia da Disney passa a imagem de “garota que cresceu”, com músicas sobre relações desfeitas (“It's alright, it's ok”), traumas criados por pais ausentes (“How do you love someone”), e o fato de que não é só um rostinho bonito (“Acting out”) – tudo sem esquecer as baladas românticas de praxe (“What if”). Mas a reinvenção fica só nos temas – o som segue um pop sem muito sal, parecendo feito às pressas, que só funciona para os fãs mais fanáticos.





Um dos bons nomes da nova cena da música brasileira, Bruno Morais lança agora seu segundo álbum, "A vontade superstar". O sucessor de "Volume zero" (2005) revela não só um ótimo compositor de letras simples e cheias de significado como também arranjos criativos que passam longe do rótulo de "MPB moderninha". Partindo da tradição do samba e da música popular, Bruno canta baixinho, mas se faz ouvir com a poesia de faixas como "Hoje eu vou te acordar", em parceria com Romulo Fróes. Em "O mundo é assim", a batida triste do portelense Alvaiade tem seu ritmo traduzido nos beats do produtor Vitamin D, que já trabalhou com Jurassic 5 e Blackalicious. Também merecem destaque os sopros caprichados de Tony Chang, do coletivo neozelandês "Fat Freddy's Drop, em "A vontade".

Da geração emo que atingiu a MTV Brasil na metade desta década, o Forfun sempre foi a banda mais deslocada, com referências mais explícitas ao hardcore melódico. Mesmo assim, nada deve ter preparado os fãs para a mudança registrada em seu novo álbum, “Polisenso” (disponível para download no site oficial do grupo). Abrindo reggae com “Aí sim” (mas sem deixar as guitarras distorcidas completamente de lado), o disco gravita entre o rock pesado dos anos 90, efeitos eletrônicos “psicodélicos” e um groove meio branquelo, com letras de um caderno de hippie adolescente. O clima praieiro pode assustar os mais ortodoxos e atrair os mais bicho-grilos, além de mexer com os conceitos de alguns fãs – sem dúvida um passo corajoso.

AGRADECIMENTO ESPECIAL: g1.globo.com

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